domingo, 20 de dezembro de 2009

Mares nunca dantes navegados

Há uma ilha perdida entre águas. E esta ilha, a menina procura. Franze a face e, aflita, espera e busca, busca e chama.
Tudo vai bem, as ondas são calmas, mas nunca soube esperar parada.
Sempre esperou buscando.

Os olhos, serenos, acalmam sua tempestade. E, serenos, buscam a ilha. Juntos.

Faz tempo não navega sozinha. Ela, que acreditava saber traçar rotas e seguir estrelas e lagos sem ajuda, só o faz agora se seus olhos a acompanham.

-Isso não é nada bom... - pensa, ainda que, pelo contrário, ache tudo muito bom, sim. - Nada bom esquecer como se anda sozinha. Nada bom, nada bom, nada. Pensamento teimoso, suspiro. Nada bom... bom, bom, bom...

Leve torpor embaralha as ideias.
Esquecida dentro dos olhos, buscam juntos a ilha.