sábado, 23 de dezembro de 2006

Medo

Protegida do sol forte, sob o caramanchão florido. No banquinho de madeira descascada, o livro, fechado. Sentou-se à beira do lago, para que apenas ele a ouvisse.



Medo. Deixou que rolasse uma ou duas lágrimas.


E pode existir medo de se perder o que não se tem?

(Achei o parque e o lago, em Köln!!!)

segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

Trem Perdido


Distraída diante dos trilhos, viu passar o trem. E aqueles olhos e toda aquela música, cores de se ouvir. Perseguiu-os com os seus, olhar em busca de outro.

Entretanto, passara depressa o vagão e era só música e eram só cores, em breve era apenas o apitar do trem. Apertou o passo, correu, avistou-os mais uma vez. Os olhos, apenas.


E a certeza de que levavam consigo a música cujas cores esperara por tanto tempo, na estação.

Parte o trem - este que nunca carrega tempo suficiente para as despedidas, mas o bastante para desencontros.

Olhos, cores, música. E o bater das rodas nas pedras. E o roncar das máquinas. O interminável apitar do trem. E mais nada.
Somente ela.
Distraída diante dos trilhos.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

Flores

Nem tudo são flores na vida da professora. Mas de vez em quando acontece...

Pela primeira vez, em cinco anos de profissão: flores! ^^ E uma cestinha de café da manhã. Com produtos light. =P Não é lindo?

quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

Convite


Aos amigos, alunos-amigos, amigos q brincam de escolinha, anônimos e Anônimos, visitantes e meros curiosos: tenho o prazer de apresentar a vcs o recém-lançado "
Viagens, caçadas e Explorações", álbum de fotos que pretende (vejam bem, só pretende, ñ promete nada!) ser uma espécie de diário -ou quem sabe binário ou semanário- da professora durante a tão ansiosamente esperada visita à Alemanha e corridas Europa afora (u a u !!!).
Espero manter o álbum atualizado. Espero ter muuuitas fotos legais e lembranças maravilhosas para postar ali. Espero q demore muito pra acabar! (hehe)
E tbm espero a visita de todos vcs! :)

quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

Valorizando meus artistas ^_^


(E atualizando, incansavelmente.)

terça-feira, 5 de dezembro de 2006

Giz


E foi pensando assim, num pensar que nem sabia existir. Começou a escrever. Não era mesmo certo. Aliás, era injusto. Salas de aula são feitas para funcionar. Observou o (já?!) velho quadro-negro. Mas eram apenas as teias de aranha.


Provavelmente o esqueleto gostaria, se não tivesse escolhido outro canto de escolinha ( e será que nessa tbm havia um armário como o nosso?) para viver.

Ali no cantinho, achou um toquinho de giz. Era mau sinal: ninguém escrevia ali fazia tempo. E era bom sinal - o toquinho de giz vinha carregado de esperança, mesmo no meio de tanta poeira.

Basta um toquinho de giz (talvez nem isso, mas então nem pareceria verdade) para que uma professora escreva. E para que os alunos venham. E sentem. E brinquem.

Todos juntos - alunos e professora.

domingo, 12 de novembro de 2006

Post Fujão

A professora (maluquinha)
passou por aqui
ma-lu-ca-men-te
E, sem saber como,
mandou embora (ohh!)
o post que morava aqui.
Se alguém encontrar,
portanto,
um post engraçadinho,
vagando pelas ruas
com uma trouxinha nos ombros
já sabe: é meu! (É nosso!)
E mande-o pra cá, de volta.
Obrigada.

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

Pq nem tudo são problemas e fantasmas


Não, não é ano novo adiantado!


A professora acaba de receber um e-mail com a seguinte notícia: "(...) temos o prazer em comunicar-lhe, que você foi contemplado com uma bolsa de estudo do programa Deutschlandkundlicher Winterkurs do DAAD em Essen, para o ano letivo de 2007(...)"

Dá pra acreditar?! Professora em ritmo de festa!!!

Muito, muito, muito, mas muito muito feliz, mesmo!!!!!!!!

De um feliz sem tamanho!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Alemanha, me aguarde! ;)

terça-feira, 26 de setembro de 2006

Fantasmas

Criava fantasmas como quem cria coelhos. Durante o dia, soltava-os, acompanhando-os em suas corridas - naquele tempo, alguns ainda não voavam. Observava com gosto o esvoaçante subir e descer de escadas, assustando crianças, assombrando mulher. E sorria, senhor de seus fantasmas.
Abriam portas em silêncio, fechavam-nas com estrondo. Rasgando vestidos, soprando medos, ameaçando sonhos, sussurrando ilusões. Até desaparecerem todos, ao final das tardes. Presos, cuidadosamente presos nas gaiolas durante a noite. Ente sonhos, sorria o senhor de seus fantasmas.
Uma noite, porém, fosse por porta esquecida aberta, fosse por arte própria aos fantasmas, escaparam todos. Como coelhos. Gaiolas abertas, fugiram pelas ruas, descobrindo nas trevas o prazer da assombração noturna. De tudo o que lhes fora, em gaiolas, proibido.
Deu pela falta logo cedo, quando foi alimentá-los. Passado o susto - e foi grande - castigou as crianças. Fantasmas fogem sozinhos? Que fazia a mulher à noite que não percebera a fuga? Libertos os fantasmas, onde esconder anseios?
Esforçou-se na procura durante uma tarde. Inteira. Ao cair da noite, não resistiu aos uivos que chamavam, famintos, da rua. Noite atrás de noite caçou-os, perdendo-se neles, confundindo-se. Sombra e assombração. Sorrindo, o senhor e seus fantasmas.
Em pouco tempo esvoaçava, subindo e descendo escadas, assustando crianças, assombrando mulher. Abrindo portas em silêncio, fechando-nas com estrondo. Rasgando vestidos, soprando medos, ameaçando sonhos, sussurrando ilusões. Até desaparecer, ao final das tardes. Uma manhã, não voltou, tal fora o cansaço da noite. Assombração, assombrou-se ao perceber que não o buscavam. Se sempre colecionara fantasmas, como entender que não procurassem por um?
Insistiu nos medos - tudo o que sabia fazer - uivou pelos corredores, atravessou paredes, atormentou pensamentos. Aflito, afligia. Mas se resistiam aos seus brados, escadas acima, não era igualmente capaz de resistir àqueles vindos do escuro. E ainda que a contragosto, voltava sempre a buscá-los, perdendo-se noite adentro. E sorriam, os fantasmas e seu senhor.
De manhã, muitas vezes retornava. Então, punha iscas nas gaiolas, esperançoso de consegui-los de volta. Era urgente tê-los presos, só para si. Que assombrassem apenas as escadas, era o quanto bastava. Mas as iscas eram atraentes e antes que escurecesse, adentrou a gaiola. Ali ficou até que, num leve roçar de panos - não são de lençóis, os fantasmas? - viu-se livre. Acompanhou-os pela noite, perdendo a hora do retorno. Naquela tarde, não retornou. Temia as gaiolas. E sorriam, os fantasmas de seu senhor.
Perdeu-se no tempo. Entre fantasmas, o tempo não existe. Até que voltou, confiante na ferrugem que tolhia as dobradiças das gaiolas. Adentrou a casa, aguardando espantos. Passando pelo espelho encostado em algum armário, não encontrou refletido o que buscava. Num susto, subiu e desceu escadas, clamando e uivando por fantasmas que apenas aguardavam, esvoaçantes, pelo jardim.
Procurou nos armários, entre farrapos de vestidos, arrombou portas. Buscou sonhos, recordou ilusões. Mas nenhum choro, nenhuma surpresa, sequer um riso nervoso. Nada se ouvia.
No lugar dos meninos, homens.
E apenas crianças temem fantasmas.
Em desespero, rasgou as próprias vestes, lençóis brancos que flutuaflutuantes sobre o assoalho. Para encontrar mais e mais lençóis. E mais. E nada. Nada mais. Sob os lençóis, tampouco encontrou-se.
E sorriram, enfim, fantasmas de seu senhor.

domingo, 3 de setembro de 2006

Pra ñ dizer que sumi...

Só pra isso, mesmo. Eu deveria estar fazendo um trabalho de português, mas acabei parando aqui.

Pode?!

(Ñ, ñ pode. Ainda mais se tratando de uma professora, oras bolas!)
(Mas ela é maluquinha, ué!)
(Ahn, é verdade. Talvez ela possa, então...)

Momento poético... Em tempo, a poesia não é da professora (ela ñ se dá com os versos), mas de Paulo Leminsk.

"Bem no Fundo
Paulo Leminsk

No fundo, no fundo,
bem lá no fundo,
a gente gostaria de ver nossos problemas
resolvidos por decreto a partir desta data,
aquela mágoa sem remédio
é considerada nula e sobre ela - silêncio perpétuo
extinto por lei todo o remorso,
maldito seja que olhas pra trás,
lá pra trás não há nada,
e nada mais mas problemas não se resolvem,
problemas têm família grande,
e aos domingos saem todos a passear
o problema, sua senhora e outros pequenos probleminhas."

E eu fico me perguntando,
(atenção, professora falando!)
que problemão ñ seria,
se o senhor Problema Grande
'inda tivesse uns bastardinhos...

sexta-feira, 4 de agosto de 2006

Só passando...

Olá, olá, olá, aqui estou!!! :)
Adoraria dizer q voltei para ficar, mas ñ me arrisco... hehe Poxa, tanto tempo passou, e com ele, deixei tanta coisa passar em branco - ou quase... :( O aniversário da Adry! Fizemos uma festinha tão gostosa no ano passado! E como passou rápido esse ano, meu Deus! Ô, Adry, e os brigadeiros?! :P
E o blog tbm fez aniversário... a chegada do Anônimo (q fugiu) tbm fez um ano - e eu planejava, mesmo, comemorar! O esqueleto tentou voltar mas viu as teias de aranha e sumiu novamente.
Agora me detive na escolinha alguns instantes e fiquei lembrando... gostaria que voltássemos todos a estudar aqui. Era tão bom (pra mim, pelo menos!) Tudo passou assim, tão depressa como se nem passasse.
De qq forma, é bom parar para avisar (e até para que eu não me esqueça!) que a vida tem andado bastante e sempre pra frente - a figura é engraçada, mas tem épocas em q sinto como se a vida estivesse parada, ou como se voltasse para trás. Ultimamente, a minha tem se movimentado loucamente. E tudo tem dado muito certo, não sei nem como!
Ou até sei... Sempre lembro do blog e dos amigos q fiz nele, qd me sinto bem, sabiam? Pq antes de vcs todos aparecerem por aqui (do Anônimo ao esqueleto) eu andava tão desanimada, tão tão! Eu sei o qt o vcs fizeram (e fazem) diferença pra mim... -
E fim de papo, q está ficando piegas! :P