sexta-feira, 24 de julho de 2020

Luz e sombra


Com imensa surpresa, percebeu pequena fresta aberta na porta do castelo.
Não sem algum receio, empurrou-a.
Não era uma porta pequena. Era enorme, enorme como aquele imenso castelo. Não recordava-se de que fosse assim tão grande; em suas lembranças era - talvez - um castelinho. Talvez o castelo se alimentasse de Tempo. E dez anos são bastante tempo.
Empurrou com força, esperando que fosse pesada e estivesse enferrujada. Esperando um enorme estrondo, um ranger de portas antigas e abandonadas. Mas ela simplesmente se abriu, docemente.
Olhou em volta. Esperava poeira e teias de aranha, velhas tapeçarias roídas pelas traças. Mas, ao contrário, tudo era luz no interior castelo. E se havia uma chuva fininha lá fora, se de onde viera algumas sombras abafavam risos, dentro do castelo um imenso jardim cheio de sol lhe sorria.
Entrou.
Estava de volta ao seu lugar.