sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Raquel de Queiroz e um conto de Natal

Descobri Raquel de Queiroz somente este ano e, claro, gostei muito. :)
Entre as descobertas, está o conto O Ateu, de temática natalina e muito gostoso e bonito de se ler.
Transcrevo aqui alguns trechos e convido todos a lerem um pouquinho de Raquel. Depois lembrem de me dizer suas impressões.

"Era uma vez, já faz muito tempo, havia um homem que era ateu. Naquele pequeno povoado onde morava não havia nenhum outro ateu igual a ele, de forma que o coitado vivia em grande isolamento. (...)E se alguma das pessoas vindas de longe para assistir às festas naquele povoado estranhava a silhueta do homem solitário a ler junto à fresca da janela e perguntava por que não estava ele na missa ou na ceia, o povo da terra explicava:
- Ele não pode, coitado. É o nosso ateu.

(...)
Assim chegou o Natal e foi arrumado o presépio e começou a romaria dos visitantes que iam beijar o pé do Menino. E a namorada do ateu deu de teimar para que ele a acompanhasse nessa visita obrigatória. Ele dizia que não, e só com muito custo consentiria em entrar na sala e ficar a um canto, enquanto ela fizesse a sua devoção. Mas assim a rapariga não aceitava:
- Que é que custa um beijo? Você não me beija?
Ele sorria:
- Mas você é gente, é de carne e eu lhe quero bem. O Menino, como vocês chamam, é um bonequinho de louça.
A moça argumentou que de louça também era a xícara que ele levava aos lábios e não lhe fazia mal nenhum.

(...)"

Texto completo aqui.

Que o sorriso do Menino Jesus ilumine nossos caminhos e seja nossa força e guia durante o ano que se inicia.
(pareceu um versinho, mas ñ foi de propósito...)
Um Santo Natal e um feliz - e tbm santo - 2009!

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Já é Natal!

Somente hoje à noite, ao chegar em casa, é que me dei conta de que o Natal chegou. Chegou e pronto, é Natal. Pensei em como, com o tempo, o Natal veio perdendo a graça. Culpei a falta de crianças pequenas, a falta de um presépio grande – como o q costumávamos montar em família- a falta de inocência, a falta de tempo, até a falta dos espíritos natalinos de Charles Dickens. Culpei-os, todos, e entrei em casa com a sensação do Natal chegado entalada na garganta.

Passando pelo quarto de mamãe, a repórter anunciou os horários dos Correios, amanhã – fecham ao meio dia. E eu ñ escrevera uma linha de Natal para ninguém! Já era madrugada, mas espalhei cartões, canetas coloridas, envelopes e endereços à minha volta. E devagarinho, fui lembrando dos amigos que o tempo parece querer q esqueçamos. A cada um, desejei algo de bom e para todos, fiz uma breve oração. Pensando em cada um, lembrei do Menino Jesus que chegou para nos salvar e que nos abençoa para entrarmos bem em 2009.

Escrevendo cartões, armei um presépio dentro de mim, tanto ou mais importante que o presépio que eu montava quando pequena.
Obrigada aos amigos que me trouxeram o Natal, em pleno Natal! ^^
E feliz Natal a todos nós!