quarta-feira, 18 de abril de 2007

Mudanças - Post Enquete

Enumerando-as (as mudanças), só neste ano, na ordem em q são lembradas:

1. De sonho - Como o Sonho n°1 foi plenamente alcançada e a Alemanha já foi conquistada, houve uma necessária mudança de sonhos e planos: o próximo é voltar lá.

2. De quarto: nossa, em 3 meses passei por cerca de 14 quartos diferentes. Nos primeiros dias de volta, ainda acordava sempre me perguntando: "onde é q estou agora?"

3. De casa e bairro: Sair de Piedade para o Cachambi não é exatamente uma conquista. Mas agora tenho meu próprio quarto (ufa, o mesmo há mais de 15 dias!) e não há fantasmas batendo portas.

4. De Paróquia: eu devia continuar indo à Divino Salvador, pq descobri q gostava de lá, afinal. Mas são dois ônibus no domingo de manhã cedo, então estou tentando acostumar-me com a Nossa Senhora Aparecida.

5. De família: não, claro q a família é a mesma, mas mudou. Virou do avesso (ou será o oposto?).

6. De turma na escola: deixei minha já tradicional Classe de Alfabetização para acolher a Classe Especial. E foi muita, muita sorte mesmo não ter mudado de escola!

7. De celular: não é importante e o número permanece o mesmo, mas aquele pifou (pegou a chuva de ontem e ficou todo molhado junto com a professora. A professora resistiu, mas ele não). Celulares são amizades efêmeras.

8. Não sei como chamar essa mudança: de formanda para formada. Que nome se dá a isso? O fato é q é estranho não estar na UERJ, qd penso nisso sinto-me meio solta no ar. Se é q me entendem...

E basta! Se eu me esforçasse, poderia lembrar de outras, mas cansei... O importante, q seria mudar a alma de casa, não consigo faz é tempo. (E isso é razão para rir ou para chorar?)...

E já que as mudanças têm sido tantas, decidi colocar em prática algo em q venho pensando há muito: quero mudar a cara da salinha. Não sei, cansei desse rosa todo e dos gatinhos pulando em cima do cantinho de Leitura (eles q me perdoem!). Cansei do livro empoeirado q está ali faz séculos e que nunca arrumo tempo para mudar! Cansei da professorinha de cabelos ao vento e até (!!!) do nome do blog, pode? ((Ou não cansei coisa nenhuma, mas o dia foi longo e comecei a achar q cansei. É esperar para ver...))

Mas a minha sala de aula, embora minha, sempre foi mais NOSSA que qualquer outra coisa da qual eu possa me lembrar. Por isso mesmo é q o "pode" da pergunta ali de cima não é apenas enfático, é sério.

Então ajudem a professora, que sozinha ela não faz nada de nada (só pega trens pela Europa, mas nem isso ela quer mais!)... Vou dar um tempo neste post, à espera da opinião de todos os ávidos e fiéis leitores e de todos os esforçadíssimos alunos. Quem puder, entre em contato com o amigo Esk e com o Anônimo, que anônimo ou não, tem participação importante aqui.

Tentarei avisar o menino -Ei, mas não acredito q ele apareça... =( Anotem tudo aí na agendinha de recados, que a professora aguarda posições e sugestões - q poderão ser aceitas ou não, de acordo com a opinião da Direção.

quinta-feira, 12 de abril de 2007

-Pronome possessivo masculino, primeira pessoa do singular-

Indecisa como sempre fui, nem precisava de tantas opções para quase desistir de escrever qualquer coisa.
Mas o avião que peguei em Madri começou a descer. Acabou, pensei. E não pensei no que escrever...
Acabou e agora estou de volta... Fim! E me recusei a chorar, não por ser corajosa, mas porque o avião estava cheio.
Deixamos o céu muito azul e fomos passando pelo meio das nuvens espessas. Nó na garganta, lembrei dos castelos à beira do Reno, que no caminho para o aeroporto de Frankfurt, me arrancaram tantas lágrimas - é, o trem estava vazio! Tantos castelos que deixei para trás!
Pensei ver entre as nuvens, de relance, flocos de neve, os últimos, que vieram se despedir de mim em Londres. E os museus, e os monumentos e tanta coisa... E pousando, vi minhas montanhas recortando o céu azul e os raios de sol muito fortes batendo na Igreja da Penha - aquela que ainda devo visitar, lembro-me sempre.
E no Largo da Carioca (sim, foi no dia seguinte à chegada, mas que diferença faz?) senti o vento fresco correndo, aliviando nosso calor abafado. Um vento brincalhão, como só nosso vento sabe ser. E subi o morro de Santo Antônio, até o convento, para lá de cima, ver meu Largo -não sou eu, a Carioca? - e ali, logo mais, a Cinelândia. A praça mais linda do mundo, eu sempre afirmei. Num sentimento meio alegria, meio surpresa, parada diante do Municipal, tive a certeza de que, sim, é a mais linda do mundo.
Ri alto e não foi sozinha, nem surpreendi ninguém. Carioca que anda por ali, sabe onde está andando... Como não sorrir, andando pela Cinelândia?
Anotei as datas dos ballets, dos concertos. Nós também temos tantos! Passei rapidamente pela porta do Museu de Belas Artes, agora em fim de reformas. As obras nos prédios da Cinelândia sempre me incomodaram muito. Mas Berlim e Paris pareciam um canteiro de obras, portanto, como reclamar das nossas?
Subi pulando as minhas escadas - aquelas que ficam diante da Biblioteca Nacional - e ali de cima, observei o Pão de Açúcar. E o chafariz diante do Obelisco da Rio Branco, e mais adiante o Passeio Público. Meu parque, meu banquinho, minha história...
Tá, voltar da Europa é muito triste. Mas se existe um local bom para se chegar de volta, com certeza é o Rio.
Os caríssimos leitores devem estar rindo da professora, claro.... Todo mundo sabe que não há lugar como a nossa casa. Mas, acreditem, não é por morar no Rio, não é por ter nascido aqui (e posso, eu mesma, acreditar nisso?), não é por ser minha cidade. Pelo contrário, por ser o que é, fiz meu o Rio, como me apraz fazer com tudo o que gosto muito. É meu. É meu, como tantas ruas da Europa o são agora...
Mas é meu com o Largo do Boticário, os Arcos da Lapa e a Candelária, com a Baía de Guanabara e Ilha de Paquetá. Meu, com pronome possessivo na bela língua portuguesa! É meu com as cores da Aquarela.
Meu.
E viva o Bondinho de Santa Tereza!

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Depois dessa escandalosa declaração de amor ao Rio, convido os leitores e alunos a entrarem em contato. O Rio merece, sempre - sem dúvida alguma - muitas visitas! E eu continuo tendo o maior prazer de andar pelas nossas esburacadas, mas carioquíssimas ruas, mostrando e explicando a alegria de ser carioca.