domingo, 17 de abril de 2005

Pensamentos Suicidas

Penso, e às vezes achava melhor pensar menos. Nada tão doloroso quanto o pensar desenfreado e insistente que me persegue. Pra quê, afinal, pensar tanto? Aonde me levarão tais pensamentos, nessa quantidade louca que me sufoca? Que bem me fazem os pensamentos?

Penso que talvez fosse hora de esquecer essa brincadeira boba que me faz perder tanto tempo. Preciso de tempo, afirmo, embora não saiba exatamente como cuidar dele. Quando o tenho, desperdiço-o prazerosamente. Se não tenho, procuro-o como uma louca. Mas pra que querer tanto tempo?

Ora parece-me ter todo tempo do mundo, ora parece-me não ter absolutamente nenhum. O que é ele, o tempo, afinal?

Quanto à brincadeira boba.. Sim, agarrei-me a ela, na esperança (gespannt, adorei essa palavra!) de conhecer mais gente, divertir-me um pouco, trocar idéias. Brincar. Era só o que queria, independente do tempo que poderia perder, uma vez que nunca sei exatamente o que fazer dele!

Mas ao contrário do que esperava, em pouco mais de seis meses de brincadeira, o mundo virtual me fez acumular uma ou duas pessoas muito boas, muita ansiedade, pouco mais de uma semana intensa e plenamente algre (eu diria, eufórica), prolongados meses de taciturnidade e saudade de um quê inexplicável, e absolutamente nada de realmente proveitoso.

Talvez o reencontro de alguns amigos, desses que passam, dizem "oi" e a gente sabe que estão ali sempre... Como toda pessoa, estão sempre ali, independente da gente.

Pois é... Pra mim, nesse instante, já chega! Cansei, não quero brincar mais. O que quero, o mundo virtual e mundo nenhum jamais poderão dar. Nem eu mesma sei o quê quero! Tudo continuará acontecendo, independente de eu estar ou não neste mundo duplo no qual me meti. Realidade virtual e paralela, difícil de fugir...

Estou tal e qual o quase-suicida, desses que gritam do centésimo andar que vão lançar-se lá de cima. Gritam, gritam, na verdade nunca vão pra baixo de propósito. Muita ameça é sinal de que na realidade nada vai acontecer. Cão que ladra não morde. E por aí vai...

Mas eu queria ir de verdade. Ou não. Talvez eu queira mesmo é que meus assíduos e caríssimos leitores gritem:"Não, não se vá! Precisamos de vc aqui!!!" E depois de algum charminho, eu aceitaria voltar...

Talvez eu só queira mesmo um pouco de atenção. De qualquer pessoa, apenas atenção.
Ridículo, eu mesma tenho consciência disso. Sempre tenho consciência e faço pouco dela. De quê me serve a consciência da inutilidade e futilidade dos meus próprios atos se nada faço para mudá-los? Melhor seria não ter noção real do eu que existe em mim!

Esperarei ansiosamente pelo clamores de meus leitores.
Mudos.
Ausentes.
Faltosos.
Inexistentes.

Nunca haverá sequer um para pedir-me que fique.

Certamente ficarei assim mesmo. Eu os quero, mas não preciso deles...
Blergh!

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