sexta-feira, 22 de abril de 2005

É...

É, não me fui. Quando estava decidida a ir, de verdade, uma força estranha trouxe-me até o computador, e pensei: "Vou só verificar e-mails." E acabei olhando tudo...

E eu, que não esperava encontrar absolutamente nenhum comentário aqui, surpreendi-me com a visita de dois (!!!), dois leitores. "Ei, que legal", pensei, "Algum amigo virtual me lê e me quer aqui!" Um amigo anônimo e um amigo não-anônimo, mas tão desconhecido - ou não - quanto o anônimo, passaram por aqui! Que simpático da parte deles. Deles quem?! Num primeiro momento, a idéia de ter um leitor anônimo deixou-me satisfeitíssima. O segredo sempre torna as coisas mais prazerozas. Heróis com identidades secretas, agentes secretos, amores secretos, amigos secretos... Não esperava ter amigos secretos aqui, agora que descobri um, já estou com pena de saber que vou perdê-lo. A gente sempre perde os amigos virtuais, quer sejam secretos ou não. Ou não...

Depois das primeiras impressões, pensamentos nebulosos povoaram minha mente, já tão nevoenta naturalmente... Amigos virtuais me apareceram aqui, logo quando pensei (ou fingi) estar fugindo deles. Ai, ai...

Amigos virtuais são seres estranhos e complexos. São como personagens de um romance, dos quais pouco sabemos sobre suas características pessoais e praticamente nada sobre as físicas. Vez ou outra, encontramos um ilustração não muito fiel dele, em alguma página lá pela metade do livro... Isso é um personagem, e isso é um amigo virtual. E ser amigo virtual meu é uma aventura estranhamente perigosa. Se não para o amigo, ao menos para mim! Meus amigos virtuais possuem gostos, manias e características só conhecidas por mim. Muitas vezes, passam horas conversando comigo, embora somente eu mesma saiba disso...

Tenho um pouco de medo deles, como tenho de mim... É...

De repente passou-me pela cabeça uma idéia nada estranha. Quem é que me garante ter leitores, de fato? E se este anônimo que postou aí não for absolutamente nada além de um dos meus eus, decidido a não abandonar o seu eu? E se até o amigo não anônimo for também fruto da louca imaginação de um dos eus que transbordam aqui dentro? Um eu que resolveu brincar comigo? Com Eu?

Quem, eu? EU? Eu quem? Logo eu? Mas porque eu? Sempre eu! Tudo eu! Mas eu? Eu mesmo! Eu! Onde vive esse eu? Eu sou vocês? Vocês são eu?

Quem, eu?

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